*Por Jéssica Lima
A primeira vez que levei meu cão ao veterinário para vacinar, ele me olhou como se dissesse: “Por que você está deixando essa moça me espetar?”. E eu, com o coração apertado, só pensava: “Porque quero que você viva muito, meu amigo. Quero te ver correndo atrás de bolinhas por muitos anos ainda.”
A vacina é assim: uma pequena picada hoje para evitar grandes dores amanhã. É como ensinar uma criança a olhar para os dois lados antes de atravessar a rua — um cuidado que talvez ela não entenda agora, mas que salva vidas. No caso dos nossos peludos, cada dose é um escudo invisível contra inimigos como cinomose, parvovirose, raiva e outras doenças que nem nome a gente gosta de pronunciar.
O calendário parece uma agenda de compromissos importantes: primeira dose aos 45 dias, reforço 21 dias depois, mais um pouco e vem outra. E, uma vez por ano, aquele encontro marcado com a seringa, que garante mais um capítulo da história que a gente escreve junto — feita de passeios, travessuras e muito pelo espalhado pela casa.
Depois da vacinação, vem o momento do cuidado extra: nada de banhos, corridas ou visitas à praça por dois dias. É hora de descanso e cafuné, enquanto o corpo trabalha para se fortalecer.
Vacinar é um ato silencioso de amor. Não rende fotos fofas para postar, nem aplausos na rua. Mas é o que mantém aquele rabo abanando todos os dias quando você chega em casa. É o que garante que o latido de boas-vindas continue ecoando por anos.
Porque, no fim das contas, cada picadinha é um presente para o futuro — o futuro em que seu melhor amigo continua ao seu lado, te lembrando que amor de cachorro é para a vida toda.
*Jéssica Lima é graduada em Artes Visuais e atua como professora de arte, com ênfase em pintura em tela e mural. Com ampla experiência no ensino e na prática artística, dedica-se a inspirar seus alunos a explorarem a criatividade e a transformarem espaços por meio da arte e colaboradora deste site.
