Durante muitos anos, Luiz viveu em Assis, onde suas terras foram arrendadas para o cultivo de cana-de-açúcar. Foram cerca de dez anos dedicados à lavoura de cana, até que, na década de 1990, ele e sua família decidiram iniciar o plantio de soja. A experiência foi promissora, mas com dificuldades que o levaram a arrendar suas áreas para terceiros. Foi nesse momento que Luiz decidiu mudar de rumo e seguir para o Mato Grosso.
“Há 30 anos, não tínhamos assistência técnica e maquinário adequado. Não existiam ferramentas de proteção de crédito ou de mercado futuro, e enfrentávamos grandes desafios com o clima e os preços, era bem mais difícil”, conta Luiz.
Apesar de sua formação em agronomia, Luiz havia feito uma promessa após uma geada devastadora que o fez perder uma grande lavoura de milho, em Assis: nunca mais plantaria nada, apenas capim. Em 1996, ele chegou a Paranatinga, acompanhando um cunhado que havia adquirido terras na região. A princípio, sua intenção era apenas ajudar, já que sempre teve afinidade com o manejo de gado, mas a força da terra e o potencial da região o conquistaram. Luiz foi se estabelecendo na região e, em 2002, mudou-se definitivamente com a família. Em uma região marcada por longos períodos de seca, ele encontrou na soja e no milho não apenas uma fonte de renda, mas a base para sustentar o rebanho com qualidade.
“A minha intenção não era plantar soja, de jeito nenhum. Mas quando eu vi o resultado da integração entre pasto, lavoura e pecuária, eu voltei a plantar. Hoje eu sinto um orgulho tão grande de ter voltado a plantar soja. A agricultura, a terra, me fez voltar atrás nos meus pensamentos”, relata o produtor.
Hoje, ele planta com entusiasmo. Tem áreas arrendadas que pretende retomar para ampliar sua produção. A agricultura, que um dia foi renegada por dor e frustração, tornou-se parte essencial de seu legado. Ele vê resultados, sente orgulho e tem fé de que está construindo algo duradouro. A felicidade de Luiz está no campo. Está na lavoura, no pasto, no cavalo que ele monta com a neta. Está na família que o acompanha, na esposa Simone, parceira de todas as horas, e nos filhos que seguiram seus próprios caminhos, mas mantêm raízes na terra.
“É preciso ter fé em Deus e trabalhar. Trabalhar de verdade, correr atrás, não desanimar. Porque nada vem fácil, e no campo é assim: é esforço, é dedicação, é acreditar no que se faz. Tem que vir para o campo. O homem, quando está em contato com a natureza, quando cuida bem da terra e trabalha com responsabilidade, constrói um legado”, diz o produtor.
Em uma região marcada por longos períodos de seca, em Paranatinga ele encontrou na soja e no milho não apenas uma fonte de renda, mas a base para sustentar o rebanho com qualidade. A integração lavoura-pecuária transformou sua propriedade e redefiniu sua relação com a terra uma reconciliação que hoje ele chama de orgulho.
Por Ana Frutuoso - Assessoria de Comunicação
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